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Calisto

Mitologia Greco Romana

Calisto era uma outra beldade que despertou o ciúme de Hera, e a deusa a transformou numa ursa. "Porei um fim," disse ela, "à beleza com que seduziste meu marido." Calisto cai de joelhos e com mãos súplices, tentou estender os braços a implorar – nesse momento eles já estavam começando a ficarem cobertos com negra pelagem. Suas mãos cresceram em tamanho e ficaram arredondadas, armaram-se como garras retorcidas, e serviram de patas; a sua boca, que Jove normalmente elogiava por causa da beleza, se transformou num assustador par de mandíbulas; a sua voz, que se não fosse alterada teria enchido o coração de piedade, se transformou num gemido, mais apropriado para inspirar terror. Contudo, sua doçura de antes permaneceria, e gemendo continuamente, lastimava a própria sorte, e ficando de pé tão alto quanto podia, levantava as patas como a pedir por misericórida, e sentia que Hera era refratária, embora não lhe pudesse dizer isso. Ah, quantas vezes, com medo de pernoitar na floresta todas os dias sozinha, ela vagava pelos arredores de suas antigas caçadas; quantas vezes, assustada com os cães, ela, que também ultimamente vivia caçando, fugia apavorada por causa dos caçadores! Fugia com frequência dos animais selvagens, esquecida de que agora, ela própria, era também um animal selvagem; e mesmo sendo ursa, ela tinha medo dos ursos.


Um dia um jovem a espionava enquanto ela estava caçando. Ela o viu e reconheceu que era seu próprio filho, agora homem já adulto. Ela parou e sentiu vontade de abraçá-lo. Quando ela tentou se aproximar, ele, assustado, levantou sua lança de caça, e no momento que ía trespassá-la, apareceu Zeus, que vendo o que estava para acontecer, deteve o ato criminoso, e pegou os dois, e os colocou nos céus como as constelações Ursa Maior e a Ursa Menor.


Hera ficou furiosa ao ver a rival homenageada em seu trono celestial, e correu a procura de seus antigos amigos: Tétis e Oceano, que eram as divindades das águas salgadas, e em resposta à curiosidade deles, assim descreveu o motivo da sua presença: "Estais me perguntando, porque eu, a rainha dos deuses, me ausentei das planícies celestiais em busca de vossos subterrâneos? Pois saibais vós que fui substituída no céu – o meu lugar foi tomado por uma outra. Reconheço a dificuldade em aceitarem tal despropósito; mas prestem atenção quando a noite descer sobre a terra, e vocês verão os dois, dos quais tenho muitos motivos para me queixar, exaltados pelo firmamento, bem no local onde o círculo se faz diminuto, nas vizinhanças do polo. De hoje em diante, porque alguém temeria diante da ideia de ofender Hera, quando tais galardões são o resultado do meu infortúnio?


Vejam o que fui capaz de fazer! Eu a impedi de vestir a forma humana – e ela foi colocada entre as estrelas! É nisso que resulta os meus castigos – tamanha é a extensão do meu poder! Seria melhor que ela tivesse reassumido a sua forma antiga, como permiti que Io também fizesse. Talvez ele tivesse a intenção de desposá-la, e me repudiar! Mas vós, meus pais por adoção, se concordais comigo, e reconheceis o desprazer deste tratamento indigno à minha pessoa, mostrai-o, vos imploro, impedindo este casal abominável de mergulhar em vossas águas." Os poderes do oceano aquiesceram, e consequentemente as duas constelações da Ursa Maior e da Ursa Menor se movem em círculo no céu, porém, jamais mergulham, como as outras estrelas, nas profundezas do oceano.


Informações sobre o Mito

O nome Calisto significa a mais bela.


O mito foi criado com o propósito de explicar as constelações da Ursa Maior e Ursa Menor.

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